domingo, 31 de julho de 2011

A Beleza de Bea...


A cor é um elemento onipresente na obra de Beatriz Milhazes. Seu repertório estrutural inclui a abstração geométrica, o carnaval e o modernismo.

Flores, arabescos, alvos e quadrados ganham primeiro uma superfície de plástico para a posterior transferência para a tela.

Milhazes eventualmente usa a colagem na superfície da tela e aplica adicionais para viabilizar as obras como pintura, decalque, justaposição e sobreposições.

As colagens são feitas com a sobreposição de cores que incluem desde papéis de bala a sacolas de compras. A harmonia dos excessos, de cores e intervenções, resulta também em um trabalho interativo.

(Wiki).



Obra da artista intitulada -Paz e Amor-, exposta numa estação de
Metrô em Londres no primeiro semestre de 2006 .









.....''Tão raro de se ver
Param pra dizer para eu ser feliz para lá
Peraí o que é que há
Quero ver quem vai me impedir de sorrir do Pari até o Pará''.....

(P. Viáfora e C. Viáfora)







Dom dom dom...tshururururururu...dom dom dom..



mas...as pessoas na sala de jantar...




...são ocupadas em nascer e morrer... "dom dom dom dom..tshu tshutshurru ru ru dom dom dom dom...rs"...

----Alegrias Primitivas----



Tenho todos os tipos de expressões de alegria primitiva quando/se posso ter o prazer da simplicidade de agir sem a influência do externo. Quase orgasmo múltiplo.
E com detalhes injustos que pedem uma tediosa convenção-costume admitido, estou sendo flexível (sem querer).. então articulo.
Finjo recriar, mas sempre com subversão. Em alguns casos, ando usando um toque de: “eu-sei-que-deveria-ser-assim! mas-não-quero-que-seja-assim! E não será!”
Tudo beeeeemm! Recrio.
Acabo tendo o que queria e ainda entregando a pedidos o esperado compassado social.
Acredito ser uma forma respeitosa de tratar as formalidades nostálgicas.
(que na prática não funcionam mais).






Que viagem rotineira e comodista é essa coisa cinza que é o cotidiano.....

pega o trem, anda na calçada, senta em banco de cimento, sobe a escada do banco, na fila encosta na porta atento ao caixa eletrônico.

Uma placa desbotadamente cinza diz: Proibido Parar e Estacionar. Em seguida, encontra uma banca de lata e compra um jornal de folhas cinza recicladas com notícias sóbrias e sombrias de óbitos.

Atravessando a rua, contraditórias flores de plástico com o propósito de permanecer ‘eternamente vivas’ sob a tumba cinza de um cemitério.

Na infinita seqüência de automóveis transeuntes, incontáveis carros com ocupantes velhos e ansiosos tem expressão amarguradamente cinza.

O executivo de camisa e gravata cinza diminui a velocidade ao ver o radar em um poste de ferro.


Enfim...


no meu primeiro dia de trabalho, paro em uma guarita de um prédio da Berrini cinzenta e surge um guarda de bigode e uniforme com a cor do lugar. Vou até a recepção feita de granito.

A recepcionista idosa de cabelos grisalhos me pede para olhar em direção a câmera com a intenção de ter minha imagem nos arquivos da segurança.

Com um sorriso cinza de fumante, aponta o elevador.

Aperto o botão redondo e chegando ao meu destino, vejo que a pessoa que decorou o escritório do andar gostava muito desta cor: tapetes, cadeiras, paredes, guarda-corpo, máquina de café expresso, pastas de arquivo, além dos vidros das janelas empoeirados.

Ao final do dia, subo em um ônibus lotado e suspiro ao notar que os assentos duros acinzentados estão todos ocupados.

Então eu me escoro em um trabalhador qualquer com perfume de final do dia, a fim de ao passar por uma lombada alta, não sapatear esquizofrenicamente pelo piso de alumínio do transporte coletivo paulistano.

Algumas horas depois...

puxo aquela cordinha engordurada, às vezes cinza e muitas vezes azul mesmo e desço no ponto afoitamente aguardado o caminho todo.


Ufa! Estou perto de casa, penso.


Mesmo passando por detalhes improvisados e outros intencionalmente colocados na trilha do meu percurso (que agora será diário), ando apressada. Passo pelo portão, subo as escadas, bato na porta que já foi cinza.

Sonolentos, porém falantes, meu pai (de pijama azul) e minha mãe (de camisola rosa) esperam curiosos para me interrogar sobre como foi meu dia.

O meu cachorro late para um afago meu e a Sofia (minha camundongo) morde a grade da gaiolinha vermelha encostada à parede laranja.

Sento descansadamente no sofá dourado olhando a floresta de plantas verdes e amareladas que estão espalhadas pela sala.

Tiro a minha sapatilha roxa que minha irmã diz odiá-la, mas comprou uma igual para ela.

As levo para o quarto do meu irmão (que agora também é meu quarto).

Deitada na minha cama de colcha colorida com figuras de formas geométricas, eu leio uma revista de decoração que contem inúmeros nuances.

Reparo à frente a parede de cor chamativa que eu e meu irmão pintamos juntos em um dia feliz.



Quase que cochilando e tranqüilamente segura em meu mundo de cores sortidas, me sinto aliviada. Vejo que aquilo tudo foi um acesso de estafa ocular pela cor única da cidade de SP, causado por minha falta de inspiração em um dia longo e cansativo. Também por imprudência ao não notar os detalhes impressionantes desta metrópole antropofágica.

Detalhes que somente a sutileza de um olhar artístico ou simplesmente criativo e observador podem absorver.



..para o 'por vir'...



Quando a sublimidade não vem a tona...


o tempo se torna côncavo: demora, passa lento, faz curva,

faz mímica sem mãos, faz sermão.

E se ainda assim se sair bem,

quem tem planos mantém riso em sombra.

Com porta aberta, ouvindo som de luz,

dançando com toda soltura,

alcançando altura de meditação ,

seguindo a vida sem tanta amargura.















... não posso passar uma tarde comigo. É perigoso, fico pensativa e logo ... Eu viro Eu.