segunda-feira, 31 de agosto de 2009

que feio Van!!!


A ERRADA


Parei um dia desses a ficar me provocando sozinha. Eu e meu espelho:

" Vanessa...ninguém te manda mensagem no Orkut, ninguém te liga, ninguém concorda com você em nada. Você é uma filha da puta ERRADA. Tá errada. Só pode ser!"

Outro dia era porque eu tinha engordado e ninguém queria me ver.
Der repente também porque pensariam que uma bipolar que se mutila, pode sair por aí arrancando pedacinho dos outros enquanto eles dormem.
Ás vezes até tentando tirar uma tirinhas dos braços com a intenção de fazer um delicioso strogonoff.

UMA BIPOLAR CANIBAL SELVAGEM...E COMPLETAMENTE E-R-R-A-D-A!


E não nego! Ser pessimista e achar que todas as pessoas do mundo me odeiam... é uma forma bizarra e gostosa de sentir um prazerzinho. Melhor que vela e chicote na hora do sexo.


POIS então...... vi que tinha um baita mal gosto. Não porque eu queria ter, pra dizer que sou alternativa, que gosto do que nao gostam pq sou diferente.

Era simplesmente pelo motivo de escolher errado e acabar me apaixonando por aquilo.
Era só uma espécie de carência contemplativa como os poemas do Castro Alves em 'Espumas Flutuantes'.

Adorando flutuar em espumas mas voltando a terra firme a situação é que quando eu não odeio tudo, eu me apaixono por tudo.
E é aí que sou ERRADA!

Andei olhando um mendigo com seu companheiro, um cachorro gordo (não a banda) que fica lá na frente da estação Consolação.
Olhhhhando...eu olhando ...e minha carência me consumindo!
POr um instante de euforia quase levei o cachorro pra casa e no pacote da promoção: o mendigo. Ah...ele era tão bonitinho, era todo peludo, tinha cara de bonzinho. (Eu estou falando do mendigo).

Pra acabar esta postagem que estou escrevendo eufórica, vou ser breve. É assim Oh...


1- Ninguém ia achar o mendigo bonitinho.
2- Eu tenho um camundongo de estimação. Minha irmã odeia, pois diz que rato tem no esgoto.
3-Eu gosto de ouvir MPB daquelas que os cantores fazem vocalização...tipo: Badanbarã...churu...churu.
4- Adoro vestido florido tipo os da Dona Florinda.


Gosto de várias coisas que me fazem entender o porquê de eu não ter amigos.
O pior é que se achar um, vou grudar nele igual carrapato e logo serei abandonada no altar da amizade. Com o padre gritando..... ERRRRADA!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

29 de agosto


Eu fico feliz com essa evolução.


Mesmo que ainda temos um longo caminho a percorrer e tentamos as pressas nos desenvencilhar de toda a carga de preconceito, vejo que em poucos anos tivemos progresso.

Animem-se meninas! Vamos acordar cedo no dia 29 e fazer valer o esforço de todos que estão por lá organizando tudo a nosso favor!

Podemos só fazer sexo?



Me separei por uns meses, mas como todo bom relacionamento duradouro e conturbado decidimos nos conciliar.


A minha idéia foi a mais prática. Ao invés de gastar o dinheiro (que eu não tinha) com terapias de casal, resolvi propor que começássemos devagar. Conversaríamos sobre outros assuntos. Sairíamos mais.



Enfim, era apenas uma forma discreta de dizer: “ Vamos apenas fazer sexo”.
Parecia perfeito ainda que eu estivesse bem desconfiada que não daria certo.





De qualquer forma era bom pensar nesta nova tentativa do progresso de vida a dois como algo que me renderia alguns momentos divertidos.


Sentada em uma bar tomando uma cerveja eu sempre puxava um assunto como: “O céu está lindo hoje!” Ela subentendia a frase e me interrogava com aquela expressão grotesca de olhos arregalados: “ O que vc quis dizer com isto? Eu sei que de alguma forma está tentando me ofender”.

Jesusss! É só o céu que está bonito!

E eu não pretendia ficar com outras pessoas. Aquela altura eu só queria mesmo era entender como alcancei anos casada sem ter me mutilado mais vezes.


Ela não podia ver alguém tocando violão, pois recordava-se da minha ex e nós brigávamos. Pessoas usando dread no cabelo também a ofendia, porque antes dela tive um rolo com um hippie.





Ir pra casa da minha irmã, aniversário da minha prima, trocar e-mails com a minha chefe, convidar a garçonete do restaurante para beber conosco??? Neeemmm pensar!




O pior é que a vida da gente já é tão cheia de pesos . Problemas no trabalho, frustrações pessoais, traumas de infância, aquecimento global, trânsito, gripe suína, etc.

Penso que os relacionamentos poderiam se banhar de levezas e sabores bons de finais de semana. Viagens sem cansaço e malas gigantes, conversas sem temer os olhos arregalados, massagem relaxante sem precisar rapidamente devolver o mesmo cuidado antes dela cobrar e dizer: “Você nunca faz nada por mim!” .


Sem aquelas cobranças exageradas me tornaria a melhor amante como as dos romances de literatura grega.


Seria somente carinho, perfumes dos melhores, atenção até quando estou morta de sono, conversas positivas, trocas justas e é claro ... sexo.


Seeeexo!

Seeexo siiiim!


Antes de vestir a minha roupa um cigarrinho pra ela, um chocolate pra mim e um amigável :

“ Foi bom pra você?”.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Humanequim Deus-Humano.



Ontem ....

a noite me veio essa maluquice toda nos pensamentos tortos do meu cerébro pessimista...
Se eu trabalho com arte, artista serei. Se trabalho com moda, estilista. Se trabalho com decoração, decoradora (ou não).

Eu nunca gostei de rótulos, mesmo pq se gostasse seria marketeira.
Em rótulos de produtos não humanos , vejo uma imbecilidade de manter padrões da mesma forma que as pessoas tentam meter-se em uma roda da sociedade falha.

Os molhos de tomates por exemplo , são ‘padronizados’com embalagens nas cores vermelha e verde, são bem fáceis de comprar. Imagine: o tomate é vermelho, logo, o molho também e os temperos usados são verdes. “Acho que vou levar um.” Adianto, que não existe elefante verde.
Na continuação, pensei : Esta idéia de associação deve ter sido adquirida através dos nossos antepassados , os macacos.

Ainda hj precisam associar coisas, como: “ Se isto é uma bolinha, está no meu companheiro e anda. Então é um piolho, logo, eu vou come-lo." (Não serei veterinária.)


Eu faria algo novo! Para o molho eu faria, uma embalagem de plástico azul e teria apenas consumidores astutos e com personalidade.
Breve momento, eu tinha me esquecido que ter personalidade , não se preocupar com a moda, agora também está na moda.


Para não me ver em uma briga constante com as futilidades, mas também não me entregar totalmente a elas , resolvi rezar todas as noites. Mesmo que eu nunca pronunciasse esta parte: ” assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido...”,
porque é muito Deus -Humano ser hipócrita com Deus.

Depois que a gente chega cansado do trabalho, janta , toma banho e deita na cama. Aqueles instantes antes de dormir são os piores do dia, porque fazemos uma restropectiva de tudo.
Por conta disso, eu me apresentei um pensamento tolo. Pensei que as pessoas podiam fazer várias coisas ao mesmo tempo ao invés de ser um Humanequim na vitrine da profissão.
Todos poderiam dançar, cantar, contracenar e apresentar programas. Mas senti medo! Ao juntar o quebra cabeça acabei formando a imagem da Graça Meneghel.

Com idéias atordoantes e em contrapartida o sono chegando, antes do último suspiro da noite quis abafar tudo dentro do meu travesseiro.
Daquela noite em diante resolvi me PADROnizar, rezar uma missa e dormir em paz.


Resolvi ter apenas uma profissão mesmo! Vou vender compotas de piolhos.



terça-feira, 4 de agosto de 2009

OLHAAA LÁ!







Quando meu pai me pedia para eu fazer algo, até me arrepiava de medo.


Que fosse ir a garagem pegar alguma coisa no carro ou ir até a padaria comprar pão. Eu já sabia que viria alguma crítica sobre o que tinha feito.


Ao cumprir o contrato verbal, (ele mandar e eu fazer), seguia sempre uma pergunta “Vc tem certeza que fez direito?” Eu só balançava a cabeça em sentido de um duvidoso sim e quando dava errado ele dizia “Olhaaa lá!”.


Com aquela expressão que ele fazia, a minha cabeça de criatura comum transformava o poderoso ‘Olha lá’ em : Mas que merda! Tinha que ser você!


Bobagem eu escrever sobre este assunto com todo este sabor de nostalgia, mesmo porque isso acontece até hoje. Oh sim, acontece!
Cresci traumatizada!


Além disso, minha mãe dizia para eu não aceitar doces de nenhum estranho. Agora não consigo comer nada que me ofereçam. Sempre desconfio que dentro existe um punhado de chumbinho.


Traumatizada!


Quando eu tinha 5 anos, minha tia riu da minha saia amarela de lambada que ela mesma tinha me dado. Criatura comum crescida que sou: não uso saia, não uso roupa amarela e nem danço lambada.




Traumatizada não! Bobagem mesmo!


Depois de alguns anos descobri que meu pai fazia e faz aquele tipo de contrato com todos, inclusive com o meu cachorro. Na mesma semana vi minha mãe sorridente aceitar um bolo de uma desconhecida que havia recém se mudado para o nosso prédio. E hoje minha tia de saia é asidua frequentante de bailes que tocam os mais bizarros tipos de música.


Enfim, depois de todas as tensões psicológicas e das soluções que foram dadas a elas sem que eu não precisasse fazer absolutamente nada, cheguei a duas conclusões ...
Ok.






Primeira: Não terei filhos, até que façam um livro eficaz de auto-ajuda infantil . A segunda é: Não se preocupe! Existem coisas que o tempo (sozinho) explica e cura.